"A ADSE é hoje o maior e mais completo sistema voluntário de proteção na doença em Portugal. Este sistema acompanha os desafios gerais dos sistemas de saúde dos países de elevada renda: envelhecimento associado à multimorbilidade; crescimento dos custos devido ao desenvolvimento tecnológico, e o aumento das expectativas dos doentes. Considerando estes aspetos, a discussão sobre a sustentabilidade da ADSE não se pode cingir a uma conta entre o deve e o haver. Apesar do alargamento aos trabalhadores das empresas públicas ser positivo, por aumentar a base de beneficiários mais jovens e saudáveis, sendo um sistema voluntário, a sustentabilidade da ADSE depende igualmente do grau de satisfação dos beneficiários pela qualidade clínica e experiência quanto aos serviços prestados.
Num contexto de prolongadas listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS), os sistemas voluntários de proteção na doença (incluindo os seguros privados) ganharam espaço por garantir rapidez, aparente qualidade e liberdade de escolha de prestador. Contudo, a ADSE não pode apenas ambicionar ser um instrumento para consultas e cirurgias mais céleres. Esta perspetiva padece de dois equívocos. O primeiro é a de que o SNS é incapaz de resolver as suas questões de acesso - algo que me parece longe de ser verdade se o SNS obtiver condições adequadas de funcionamento. O segundo passa por assumir que os beneficiários não têm alternativa. (...)"
- Alexandre Lourenço
Administrador Hospitalar no CHUC
Professor Auxiliar Convidado na
Escola Nacional de Saúde Pública
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